sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um catalisador de uma intervenção de fundo na área das Energias Renováveis

As Energias Renováveis têm conhecido uma expansão forte nos últimos anos. As políticas energéticas dos últimos Governos têm sido importantíssimas para o enorme desenvolvimento que a Energia Eólica conheceu e conhece no nosso país. A Eficiência Energética é outra área onde existe um empenho claro da política actual.
No passado já longínquo, tivemos um forte impulso da Energia Hídrica que, recentemente, levou um novo empurrão há muito esperado, com um plano muito importante de expansão da actual potência instalada até 2020. Mas há dois importantíssimos recursos, a Energia Solar e a Biomassa que só agora começam a ver a luz verde de políticas dedicadas e de fôlego forte. O Governo fala em que os próximos anos são mesmo para desenvolver o recurso renovável mais abundante de todos: a Energia Solar. Évora está numa das regiões do país com mais alto recurso solar e numa região com claro potencial para o estudo e desenvolvimento do recurso biomassa.

A Universidade de Évora há muito que tem grupos dedicados ao estudo destes recursos renováveis e de algumas das tecnologias de transformação. Os temas do Ambiente, das Alterações Climáticas e da Eficiência Energética são outros tantos temas que têm sido investigados e ensinados na Universidade.

Entretanto Évora tornou-se no palco da maior e pioneira experiência em Portugal, envolvendo "Smart Grids" para a Eficiência Energética, o projecto INOVCITY (com a EDP), através do qual 35 000 utentes terão acesso à primeira instância do que serão os sistemas do futuro na gestão da energia eléctrica nas nossas casas.

Por outro lado, o distrito de Évora com o seu recurso solar abundante, foi uma das razões que levou a DGGE (Direcção Geral de Geologia e Energia) a conceder PIPs de demonstração de novas tecnologias de produção de electricidade por via solar a cinco consórcios de empresas que escolheram o concelho para instalar os seus projectos: 2 de HCPV (alta concentração fotovoltaica) de 1MW cada, envolvendo as empresas Luz On e Glintt) e 3 de CSP (produção de electricidade por via solar térmica), envolvendo as empresas Martifer, Energena SLU, Bragalux e Ramada Holding (com potências de 1.5MW e 4MW).

Aprovações de mais 4 PIPs de demonstração (1 HCPV e 3 CSP) foram feitas para concelhos vizinhos (Reguengos, Moura), todos com consórcios e tecnologias diferentes entre si. Isto é, a região vai ser numa montra sem par das tecnologias mais avançadas no mundo e nesta área, com investimento nacional e internacional. Acresce ainda que há empresas da área da Energia Solar e de outras áreas da Energia, já instaladas em Évora.

Quanto à Universidade de Évora, ela oferece hoje a primeira Licenciatura em Energias Renováveis do país, à qual se propõe acrescentar Mestrado e Doutoramento em Energias Renováveis.

Para este efeito e para além das áreas que desenvolve há anos, na Engenharia Mecatrónica e Energia, do Território e Ambiente, da Terra e do Espaço e outras, e em Ciências Fundamentais como a Física, a Química, a Biologia e a Bioquímica, era necessário que existisse uma oferta mais específica de alto nível no tema verdadeiramente horizontal a todas estas áreas, e que é o das Energias Renováveis.

Faltava a possibilidade de materializar essa oferta o que aconteceu com a criação de uma Cátedra dedicada à investigação em Energias Renováveis e financiada, a cinco anos, pelo BES.

No concurso internacional aberto para o preenchimento desta Cátedra e que ganhou, o signatário propôs-se precisamente utilizar a Cátedra como catalisador num processo em que Empresas e Universidade possam tirar partido deste conjunto único de circunstâncias e convergência potencial de interesses.

Propôs trazer consigo projectos específicos de colaboração com empresas no desenvolvimento de novas tecnologias e vai procurar interessar outras, as referidas e não só, oferecendo os conhecimentos e experiência que reunirá em torno da Cátedra e que tratará de disponibilizar de forma atempada e útil, ao mesmo tempo proporcionando aos alunos as oportunidades de formação de alto nível que procuram.

Tem também a intenção de ajudar a concretizar iniciativas de internacionalização da formação de alto nível (criação de um Mestrado Internacional) e que passam pela colaboração com instituições congéneres do outro lado da fronteira e parcerias com outras de grande prestígio nesta área, em Espanha, França, Alemanha, etc.

Um catalisador neste contexto é um congregador de esforços. A Cátedra BES pretende sê-lo no mais profundo sentido do termo e, para isso, conta com a colaboração de todos, os directamente envolvidos/interessados e os demais, a comunidade em geral, que além de tudo mais, poderá regozijar-se de ver florescer no seu seio algo de muito positivo e produtivo, para a região e para o país.



Manuel Collares Pereira
Cátedra BES Energias Renováveis

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